RESENHA NOVO CONCEITO | “Tudo e Todas as Coisas” – Nicola Yoon

Madeline Whittier é uma garota que acaba de completar dezoito anos e ela nunca saiu de casa. Por que? Ela é alérgica ao mundo fora de sua casa. Quando era criança algo ativou sua alergia e ela quase morreu. Como não se sabe o que ativa a alergia, o mais seguro é ficar dentro de casa e viva. Mas será que isso é realmente viver? Mads está longe de qualquer experiência que as garotas de sua idade já viveram. Sua vida se resume a aulas online, filmes com sua mãe, livros, internet e sua enfermeira Carla.

Tudo está prestes a mudar quando os membros de uma família chegam para serem seus novos vizinhos. Mads já vê (pela sua janela, claro) que há dois jovens e um deles tem sua idade e se chama Olly. Ela então começa a observá-los regularmente e descobre rotinas, nomes e etc. Até que começa a conversar online com Olly e a admiração se transforma em outra coisa. Mas, em sua situação, ela poderia se apaixonar?

Vemos um cenário complicado se formar. Mads está apaixonada. Olly a aceitaria? Como ela sequer explicaria isso para sua mãe, enfermeira e até mesmo ao Olly? Será que os sentimentos seriam recíprocos? Você já pode imaginar a confusão…

“O que você deseja?” ela me pergunta assim que abro meus olhos.

Claro que há apenas uma coisa para se desejar – uma cura mágica que me permitirá correr livremente no mundo lá fora como um animal selvagem, mas eu não faço esse desejo porque é impossível. É como desejar que sereias dragões e unicórnios fossem reais. Ao invés disso, eu desejo algo mais fácil do que uma cura. Algo que menos propenso a nos fazer tristes.

“A paz mundial” eu digo.

Tudo e Todas as Coisas é o livro de estreia de Nicola Yoon e eu nem consigo acreditar. Primeiramente devido ao enredo que ela criou – passa longe de mesmices –, seus personagens intrigantes, a forma como ela desenvolveu a história e as grandes surpresas. Se esse é o primeiro imagina como serão os próximos? Porque, claro, ela tem que continuar nesse ramo. Yoon, você nasceu para isso!

O que logo de cara me conquistou nessa obra foi como tudo se desenrolou. A narração feita por Madeline nos mostra na pele o que é passar pelo o que essa menina passou –- o que torna tudo ainda mais emocionante. No entanto, também há um pouco de equilíbrio. Para não transformar o livro em um grande drama, Nicola nos trouxe cartas, bilhetes, diários, conversas de internet, ilustrações e muito mais dentro da narração de Mads. E eu achei simplesmente maravilhosa essa cartada.

Ela me abraça com ainda mais força. “Não é sua culpa. A vida é um presente. Não se esqueça de vivê-la.” A voz dela é firme.

Além disso, a autora também explorou o romance proibido, aventuras, e a mãe preocupada demais com sua filha em Tudo e Todas as Coisas.  Mas, como nem tudo são flores, o que tirou um pouco da minha felicidade com o livro foi o desfecho. Em minha opinião, a autora poderia ter caprichado um pouquinho mais. Você fica tão animado lendo e quando percebe já chegou ao fim.

Mas, enfim, um livro maravilhoso. A leitura é bem rápida, mas, isso não significa que não deixe marcas em você, porque acredite em mim, deixa – e muitas! Se você ta cansado dos típicos romances por ai, está reclamando de sua vida ou acredita que tem pais ruins, leia Tudo e Todas as Coisas. Se você não se encaixa em nenhuma dessas descrições, leia do mesmo modo, porque você irá sentir tudo, menos arrependimento.

Eu era feliz antes de conhecê-lo. Mas agora estou viva. São coisas diferentes.