Editora: Novo Conceito
Páginas: 272
Classificação: 4/5 estrelas
Não importa a idade sempre existem coisas que consideramos impossíveis, mas algumas delas conseguimos realizar, outras não. Só que as vezes as situações ditam essas coisas, e uma crise financeira e familiar pode mudar tudo, a forma de viver e até ver a vida. Por vezes, tudo o que se quer é só deixar de ser um loser nerd, e ser alguém normal. Ou quase isso, quando você coloca como uma das suas prioridades fazer sua mãe sorrir e beijar uma garota. Essa não é a história de um típico garoto de quase 15 anos, essa é a história de um garoto que está passando por um período um tanto difícil de sua vida. É esta história que Fiona Wood nos apresenta em As seis coisas impossíveis, publicado no Brasil pela Novo Conceito.
Gente, por favor, um choque de virar a vida de ponta-cabeça por vez, tive vontade de dizer.
A vida de Dan Cereill mudou, não uma mudança simples e básica, mas sim uma de virar a vida dele de cabeça para baixo. Primeira bomba: a falência da família dele, ou seja, o pai dele perdeu todo o dinheiro deles. Segunda bomba e também a mais impactante: o pai assumir que é gay. Terceira bomba: perder tudo, casa, móveis e sair da dinheirolândia e ir morar em uma casa antiga que cheira a xixi de cachorro e tem tanta tralha que faz com que a casa mais pareça um museu. Quarta bomba: ser vizinho de Estelle, uma garota por quem Dan se apaixona sem nem mesmo conhece-la.
Fomos arrancados pelas raízes. Liquidados. Acabados. Isso para não dizer desertados.
O livro nos apresenta a transformação na vida de Dan, as coisas boas, as ruins, as crises, as mentiras, as lutas e o crescimento. Porque Dan cresce, e muito. A transformação dele, da forma como ele vê a família que ele sempre esteve adaptado, o impacto dos atos de outros na vida dele, as mudanças nos relacionamentos dele. É tocante como coisas simples, como fazer a barba, tem um significado absurdamente imenso na vida das pessoas. Outras são como um soco na cara, como não ter dinheiro para pagar as contas, para cirurgia do cachorro. Mas o livro tem muitas partes engraçadas, como a empresa que a mãe do Dan cria, que vende bolos de casamentos e o que ela faz na verdade é quase convencer as clientes a não casarem. A vida deles vai de mal a pior e Dan sabe coisas de que não devia sobre a Estelle, e tudo piora ainda mais quando ele descobre que eles estudam juntos. Enfim, uma aventura real, possível e sincera.
A lista:
[…]
6) O item existencial. Descobrir como ser bom. Não quero acabar sendo um cara que larga a família sem mais nem menos.
A escrita da Fiona é fluida e leve, com uma narrativa em primeira pessoa, de forma que tem uma boa dose de ironia e sarcasmo, o que combina muito bem com Dan. Os personagens não são chatos e monótonos, em sua maioria são divertidos e bem elaborados. A trama em si é bem elaborada e delicada. Não vou dizer que o livro me agradou desde a primeira página, pois não foi assim, para mim pelo menos levou algum tempo para que a leitura engatasse, mas depois que foi… aí realmente foi quase impossível largar o livro.
Outro ponto que me intrigou foi o protagonista ser masculino, um garoto de quase 15 anos, não leio muitos livros com protagonistas masculinos e não sei o motivo disso. Mas enfim, me diverti lendo esse livro, só que não foi só isso, ri, suspirei e sofri com Dan.
Impossível.
Impossível.
Impossível.
Impossível.
Impossível.
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