Editora: Galera Record
Páginas: 392
Classificação: 3.5/5 estrelas
Fiquei um pouco com pé atrás de ler esse livro — apesar das ótimas notas que lhe davam –, pois normalmente uma história com fantasmas onde a própria protagonista é um não é muito minha praia, afinal eu tenho tendência a torcer por um final feliz. Graças a Deus, a protagonista é uma vaca! Ou pelo menos isso aparentou de início.
O livro começa com Liz comemorando seu aniversário, ela finalmente chegou aos dezoito anos, e tem forma melhor de comemorar uma data tão especial do que em seu iate particular? Mas quando acorda durante a madrugada, Liz está confusa e ao passear pelo iate e tentar acordar seus amigos, a sensação ruim que a perseguia só aumenta.
Quando encontra algo boiando preso ao iate, a surpresa é ainda maior ao perceber que não é algo, e sim alguém, o corpo de uma adolescente, seu corpo. Mas se ela está morta, por que ela ainda sente frio, medo, e por que ela consegue conversar com outra pessoa, Alex? Conforme as memórias começam a retornar e peças se encaixam, Liz Valchar percebe que não era a garota que todos amavam como imaginava, e sua morte pode não ser um simples caso de afogamento.
Como eu disse na introdução dessa resenha, a protagonista se mostrou uma vaca, e não que eu torça para que todas as pessoas que adoram praticar um bullying morram, mas é mais fácil lidar com um livro onde a protagonista está morta quando em vida ela não foi uma pessoa tão legal assim para eu gostar. Mas, conforme as páginas passam, não é bem assim, não dá para se colocar um “limiar” entre bem e mal, nem tudo é preto no branco nem no livro e nem em nossa vida, e por mais idiota que Liz tenha sido, é bem difícil não se apegar a ela em morte e torcer para que tudo fique bem. Mas quando se está morta, o que exatamente significa estar bem? No caso de Liz, entender sua morte já seria um primeiro passo.
Esse livro, acima de tudo, retrata o que deixamos quando a morte finalmente chega, e cara, ela vai chegar. Mas Limiar não é somente sobre a linha entre a vida e a morte, é também sobre a linha que risca o que fazemos em nossa vida, onde ao mesmo tempo que uma pessoa dá a mão, com a outra ela está batendo em alguém que precisa de um socorro.
Jessica Warman escreveu um livro que trabalha o psicológico, com personagens muito bem trabalhados que vão te fazer pensar e refletir mesmo horas após terminar o livro. Não só Liz e Alex me ganharam, mas também outros que se mostraram mais do que prometiam inicialmente. E, sério, é lindo. Se você está preparado para ler um final feliz diferente, esse livro é seu para se apaixonar, chorar, e pedir por mais.
Tudo o que eu quero é que vivam. Que sigam em frente com a compreensão de que cada momento é precioso, cada dia é uma benção. Que vejam a vida pelo que ela realmente é: uma série de possibilidades infinitas, não só de grandes sofrimentos, mas também de grandes alegrias.
Desde que este livro chegou a livraria, fiquei com vontade de lê-lo, mas acabei adiando, mas sua resenha fez com que eu fique com mais vontade de terminar minha leitura atual e devorá-lo! kekeke
Você sabe se este livro faz parte de uma série ou é único?