Autora: Sarah Mlynowski
Editora: Galera Record
Páginas: 336
Classificação: 3/5 estrelas
10 coisas que nós fizemos (e provavelmente não deveríamos) conta a estória de April, uma garota que recebe a surpreendente notícia de que seu pai e sua madrasta morarão em Ohio, só que com um plano bolado com a amiga Vi e a utilização da culpa que o pai sente, ela acaba ficando em West Point. Porém, sozinha com Vi em uma casa maravilhosa e com uma ótima mesada, as coisas começam a tomar um rumo totalmente diferente do imaginado pelo pai dela.
Sabe quando você vê um filme da sessão da tarde? Onde os personagens tem “altas aventuras” e no final existe poucas consequências para os atos deles? E a única coisa que sobra é aquele sensação agridoce de ter visto uma história bobinha, com atores não muito bons, mas que ainda sim te fez gostar um pouco e pensar que não foi um desperdício total gastar algumas horas vendo? Bem, foi assim que eu me senti lendo 10 coisas.
April é uma adolescente que eu só consegui me identificar algumas vezes, mas foi alguém que eu gostei, apesar de não me apegar. Ela faz uma grande cota de bobagens e fez muitas coisas boas, mas sinceramente eu achei que a autora deveria ter melhor se aprofundado em seus personagens e dramas. A relação de Amy com sua família, por exemplo, foi algo bem superficial, pouco foi trabalhado em relação ao seu pai, um dos personagens que eu mais senti que merecia maior destaque. E gente, será que custa para os autores fazerem uma família legal e unida? Existem muitos problemas que podem acontecer nisso e seria refrescante ler algo diferente.
Os personagens secundários foram legais e conseguiram me passar a ideia de serem ótimos adolescentes. E isso foi algo que Sarah conseguiu fazer muito bem, eles são personagens que falham, tem seus defeitos, neuroses e cometem vários erros, mas acabam sendo palpáveis e reais. Só que algumas vezes senti que a autora pecou em algumas cenas que ficaram bem forçadas e os personagens agiam de um modo estranho. Além dos trechos sem pé nem cabeça, como quando um personagem revela que não sabe fazer compras no mercado.
A autora escreve de um jeito que você faz ler o livro em poucas horas, só que a superficialidade que os acontecimentos foram tratados deixa a estória cheia de clichês que poderiam ser evitados e também te impede de se apegar tanto aos personagens.
-Sabe, April – disse ele–, às vezes você não precisa do raio para começar uma fogueira. Ás vezes ela começa sozinha.
O romance também foi confuso, primeiro porque o Noah não conseguiu me convencer como potencial romântico, pois na maioria das vezes ele não simplesmente não agia como um namorado de verdade, saindo com pessoas que a Amy não gostava ou simplesmente tratava ela de um jeito bem idiota.
O livro não é inesquecível ou fantástico, daqueles que você deixa na estante por anos e nunca cogita a ideia de trocar. É mais um daqueles romances leves que servem para distrair e entreter.
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