Editora: Companhia das Letras
Páginas: 512
Classificação: 5/5 estrelas
Razão e Sensibilidade conta a história de duas irmãs, Elianor e Marianne Dashwood; desamparadas após a morte de seu pai e a propriedade onde residiam ir parar nas mãos do irmão mais velho, fruto do primeiro casamento do pai e com quem elas não tem uma boa relação, surge assim a necessidade de um novo lar, o que leva-as diretamente para Devonshire, onde entram em um mundo de intrigas, amores e desilusões que permeiam a nobreza inglesa.
Jane Austen é um ícone, uma inspiração para vários autores ao redor do mundo, percussora de vários romances de sucesso. Então é duro e vergonhoso para mim dizer que não havia lido nada dessa autora que foi a fonte dos romances femininos do século XIX, algo que remediei agora quando a oportunidade surgiu.
Uma característica que achei marcante sobre Jane é como a sua história é atual, afinal a autora decidiu escrever sobre temas imortais, aqueles que sempre permearam e moldaram a história da humanidade, como amor, o egoismo e a avareza. É dessa forma que mesmo descrevendo um situação que passa-se na Inglaterra do século XIX a autora consegue transcender a época e afetar seus leitores de modo tão marcante.
Assim, é fácil gostar e se identificar com as protagonistas; como Elianor, que na tentativa de balancear a sensibilidade de sua mãe e irmã tende a agir do modo mais racional possível, suprimindo suas emoções a tal ponto que as pessoas não podem notar o quanto ela está sofrendo; e então há sua contraparte, a jovem Marianne, que aos 17 anos é a representação fiel da sensibilidade, com suas paixões envolventes e dedicação fiel ao que lhe agrada.
… não tenho medo de mostrar meus sentimentos
e de fazer coisas imprudentes,
pois acredito que o que não se mostra, não se sente.
Coisa que talvez surpreenda muito a você,
pois os seus sentimentos são tão guardados
que parecem não existir realmente..
A escrita da autora também é uma agradável surpresa, principalmente por não ser rebuscada, mas não menos profunda, afinal a autora utilizava a sutileza e ironia para criticar vários aspectos da hipocrisia da sociedade. Dessa forma, ela também aproveita para detalhar cada um de seus personagens, sendo que até cada um deles, por mais insignificante que fosse, tem uma personalidade definida e contribuem para a história em si.
Por fim, devo dizer que me arrependo não ter lido nenhum livro da Jane antes, principalmente porque ela aborda temas atemporais, além de ter uma escrita fluída e seus personagens serem incrivelmente bem construídos. Então só posso destacar que recomendo sim esse livro, apesar de não ser o mais famoso da autora e ser meu primeiro romance de Austen, isso não diminuiu em nada a leitura e só me fez mais ciente da burrada que é não ler Jane Austen.
O futuro será a minha prova.
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