Alice Walker está protestando contra o tratamento de Israel aos palestinos recusando-se a permitir que uma editora israelense traduza o seu mais famoso romance, A Cor Púrpura.
O livro ganhou o Prêmio Pulitzer e o National Book Award em 1983 e ambienta o tratamento desumano com que uma garota negra pobre tem que lidar no sul dos Estados Unidos. A autora americana enviou uma carta à editora, Yediot Books, e sua cópia foi publicada com sua permissão no site da Palestinian Campaign for the Academic e Cultural Boycott of Israel. O New York Times confirmou com o agente da autora a veracidade da carta.
Como você deve saber, no outono passado na Africa do Sul o Tribunal Russell determinou que Israel é culpada de apartheid e perseguição do povo Palestino, tanto dentro de Israel quanto em Territórios Ocupados. O testemunho que ouvimos, tanto de israelenses quanto de palestinos foram devastadores. Eu cresci sob o apartheid americano e isso é ainda pior. Na verdade, muitos dos sul-africanos que estavam presentes, incluindo Desmond Tutu, sentiram que a versão israelense desses crimes é ainda pior do que sofreram sob os regimes de supremacia branca que dominaram a Africa do Sul por tanto tempo.
Ela terminou sua carta, “na fé de que o futuro possa ser formado através de pequenos gestos, Alice Walker.”
E aqui vai minha opinião, não pesquisei o caso, não sou uma estudiosa sobre o assunto, mas proibir a cultura não ajudará os palestinos. Propagar a cultura e o conhecimento é o que fará a diferença, principalmente quando falamos dos livros de Walker, que abordam tanto o assunto, pelo menos é isso que eu acho, e fiquei decepcionada com a autora com essa sua decisão. Já imaginaram se autores internacionais proibissem que os livros sobre a corrupção politica fossem publicados no Brasil em razão da atual situação de nosso país? Absurdo…
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