Se você estivesse em poder de um botão que lhe oferece duas escolhas onde ou metade da população mundial morre ou a humanidade será extinta em 100 anos, qual seria sua decisão? Essa é a premissa de Inferno, filme baseado na obra de mesmo nome de Dan Brown, conhecido por Código Da Vinci e Anjos e Demônios.
A história traz mais uma aventura do professor Robert Langdon (Tom Hanks), porém em uma perspectiva diferente. O filme se inicia sem o professor Robert saber o que faz em Florença e descobre através da doutora Sienna Brooks (Felicity Jones) que está em um hospital após sofrer um atentado.
Juntos, seguem pistas por Florença a procura de um vírus, de nome Inferno, que pode destruir metade da humanidade. Todos os caminhos dentro da história e analogias levam à Inferno, parte de A Divina Comédia, de Dante Alighieri.
Como esperado de uma adaptação, o filme tem um ritmo apressado, com cortes um tanto sem sentido, muitas vezes até de forma apelativa. Enquanto no livro são preciso horas de estudo e reflexão do professor para se chegar a algo, no longa vemos isso ocorrer de forma comum, em um estalar de dedos. E não é só isso que incomoda, mas vou me a duas mudanças que me deixaram com uma pulga atrás da orelha.
A primeira, e a mais importante para os leitores, é o desfecho do filme, que não só não é igual ao livro e não deixa claro quem o professor apoia, se a OMS ou o Dr. Zobrist (criador do vírus Inferno), e isso é ruim porque perde um pouco da reflexão que o romance de Dan Brown traz. Claro, eu entendo que fica difícil entender tudo sem a construção que temos no livro.
Já a segunda mudança seria a Dra. Sienna Brooks, com características completamente diferentes da personagem do livro — e eu não posso desmembrar isso, mas quem leu e assistiu Inferno vai me entender bem.
No mais, para quem não leu a obra, o longa é repleto de cenas maravilhosas sobre o Inferno de Dante, e mergulha bem em todo esse universo. Porém, de forma geral, o desfecho deixa aquele gostinho de algo pendente, há várias pontas soltas e situações que simplesmente não se encaixam. Claro que ainda é ótimo ver o retorno do professor Langdon aos cinemas, mesmo que a decepção seja um sentimento forte durante todo o acontecimento.
As decisões do passado são os arquitetos do presente.
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