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Emilia Clark defende a série “Game of Thrones” das críticas de sexismo


Para todos que leram os livros e são fãs do império construído por George R.R. Martin, é difícil engolir alguns acontecimentos brutais e desnecessários que nem existem nos livros mas que aconteceram nessas cinco temporadas de Game of Thrones.

AVISO DE SPOILERS! 

Alguns exemplos são: a prostituta Ros, inexistente nos livros, mas que na série foi criada apenas para ser torturada e terminar sendo brutalmente assassinada por Joffrey; a cena mega desnecessária de Jaime estuprando sua irmã e amante Cersei; o estupro de Daenerys (uma cena grotesca em que a personagem até dá um sorrisinho) e a cena do estupro de Sansa (não vi e nem quero ver), e esses são só alguns exemplos. Foram inúmeros os artigos que criticaram os exageros e manifestaram seu descontentamento por meio das redes sociais — até o site Game of Thrones Brasil se manifestou na época. A atriz Sophie Turner, a intérprete da Sansa Stark, declarou que quando leu a cena “meio que amou”. “Amo que Ramsay colocou Theon para assistir. Foi tão errado. Também achei intimidador fazê-la. Tenho feito [o produtor Bryan Cogman] se sentir mal por escrever essa cena: ‘não acredito que você esteja fazendo isso comigo’. Mas secretamente eu amei“, disse a atriz.

O escritor dos livros, George R.R Martin disse à revista Entertainment Weekly que “os livros refletem uma sociedade patriarcal baseada na Idade Média. Não era um tempo de igualdade sexual. Era muito classicista, e as pessoas eram divididas em três classes. Eles tinham ideias firmes sobre o papel da mulher“. E emendou que “colocar dragões não significa que se pode colocar o que quiser. Se porcos podem voar, então essa é a sua história. Mas não significa que você também quer as pessoas usando as mãos para andar em vez de os pés. Havia, é claro, mulheres fortes e batalhadoras. Mas isso não muda a natureza da sociedade. GoT foi baseado na sociedade medieval, mas mesmo hoje, a cultura está longe de ser igualitária. Mas está melhor. Não é mais como em Mad Man, o período em que cresci. Tenho milhões de leitoras que amam os livros, que me procuram para dizer que amam as personagens femininas. Algumas amam Arya, algumas amam Dany, algumas amam Sansa, outras amam Brienne ou Cersei. O estupro, infelizmente, ainda é parte da guerra hoje em dia. Não é um testemunho forte para a humanidade, mas não acho que devemos fingir que ele não exista. Não ser sexista significa que você precisa necessariamente retratar uma sociedade igualitária? Isso não está na nossa história, é algo para a ficção científica“, finalizou.

Agora, foi a vez de Emilia Clark, atriz que interpreta Daenerys Targaryen, dizer o que pensa. “Há tanta controvérsia. E, ainda, esta é a beleza de Game of Thrones – é a representação da mulher em estágios tão diferentes de desenvolvimento. Há mulheres que são mostradas como objetos sexuais, mulheres que não tem direito algum, mulheres que são rainhas de apenas um homem, e há mulheres que são, literalmente, indomáveis e tão poderosas quanto você pode imaginar. Então, dói ouvir pessoas falando de Thrones fora de contexto com um viés anti-feminista — você não pode falar isso sobre essa série. Ela mostra uma gama muito grande do que acontece com mulheres e, no fim das contas, mostrar que as mulheres não são somente iguais, mas têm muita força“, explicou a Khaleesi.

A sexta temporada de Game of Thrones será exibida no dia 24 de abril pelo canal HBO, e nessa nova temporada a série tomará rumos diferentes dos livros pois Martin atrasou o prazo de entrega do sexto livro (pô, George!) e saiu da produção do roteiro da série para se dedicar a outro projeto envolvendo uma nova série. Lembrando que Emilia Clarke estará na adaptação cinematográfica Como Eu Era Antes de Você, que ganhou um trailer estendido nesta semana, e sua estreia é aguardada para 16 de junho.


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Victoria

Psicóloga em formação, com a grande vontade de ser escritora, que leria até a lista de compras de Rick Riordan e é eternamente grata pela passagem de Stieg Larsson por este mundo.

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