O novo filme da Netflix 365 Dias vem sendo um dos principais assuntos da internet nos últimos dias. Amado por uns, odiados por outros, a história vem gerando debates polêmicos, relacionados a assuntos delicados como a romantização do estupro e a Síndrome de Estocolmo. Entenda agora o motivo.
O filme traz a história de Laura Biel e Massimo, chefe de uma família da máfia siciliana. Durante suas férias na Sicília, Laura é sequestrada por Massimo, que dá a jovem um período de 365 dias para que ela se apaixone por ele.
Durante a trama, observamos que Laura começa a desenvolver certo afeto pelo seu sequestrador, e é aí que entra a Síndrome de Estocolmo.
A síndrome de Estocolmo é caracterizada por um estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo sentimento de amor ou amizade perante o seu agressor. A síndrome de Estocolmo parte de uma necessidade, inicialmente inconsciente. Um outro clássico que também retrata isso é A bela e a fera, que de forma um pouco mais lúdica traz a mesma temática: a mocinha que se apaixona pelo seu sequestrador.
Com um roteiro fraco, focado em construir um romance interessante e picante, vemos Massimo como um novo Christian Grey, se aproveitando dos carros e casas luxuosas para atrair toda atenção para si e provar seu poder e influência. Aos poucos, Laura se acostuma com a ideia de passar 365 dias recebendo tudo do bom e do melhor, reforçando mais uma vez a normalização um relacionamento que começou com um crime.
Mais uma vez, vemos pessoas dando razão e normalizando uma relação apenas pelo protagonista ser um homem bonitão. Vale ressaltar (ainda mais em condições atuais) que uma relação que te obriga, limita ou submete a situações constrangedoras não é normal, muito menos saudável, porém enquanto filmes como esses ganharem espaço, fica cada vez mais difícil desconstruir a normalização da Síndrome de Estocolmo e das diversas formas de relacionamentos abusivos.
