Autora: Katharine Mcgee
Editora: Rocco
Páginas: 416
Classificação: 5/5 estrelas
É apaixonada que fala né? Porque é esse o meu sentimento após terminar de ler O milésimo andar. Que lacre meus amores, que lacre!! O que dizer sobre Katharine Mcgee? Como pode uma autora estreante escrever um livro tão perfeito? Só penso que ela nasceu pra isso! Não é à toa que essa série foi vendida para 28 países e ficou semanas na lista dos mais vendidos! Vem comigo nessa resenha!
O milésimo andar é o primeiro livro de uma trilogia, um romance jovem adulto que se passa no ano de 2118, logo também tem elementos sci-fi e distopia. Essa grande torre futurística de mil andares é localizada em Nova Iorque, quanto mais alto você reside, mais alta é sua posição social. Dentro da torre além de possuir moradia, há também escola, parques, clubes, enfim, todo um mundo girando ali dentro. E na trama temos o ponto de vista de cinco personagens principais narrados em terceira pessoa: Avery, programada geneticamente para ser perfeita e moradora do último andar, suas amigas e também moradoras de andares mais altos, Leda e Eris, além dos moradores de andares mais baixos, Watt e Rylin.
O prólogo do livro já começa com um personagem caindo do milésimo andar, já instigando a curiosidade do leitor para desvendar esse mistério: foi assassinato? foi suicídio? A sensação que eu tive foi que a autora virou para mim e falou: “Calma! Vou contar desde o início!” e então ela volta 2 meses e assim começa uma construção lenta e extremamente bem construída dos personagens.
Dizem que antes de morrer, a vida de uma pessoa passa como um filme diante de seus olhos…
Cada personagem tem uma construção paralela, contando sua história de vida e seus problemas. Problemas esses que são adversos e por mais que se passe em 2118, são tão atuais que parece que estamos no ano de 2018 mesmo, e acredito que esse é o ponto mais alto do livro, pode passar 100, 200 anos, que os problemas pessoais não vão mudar. Seja a menina que precisa ser perfeita o tempo todo, a outra que foi para uma clínica de recuperação por causa das drogas e quando sai precisa lutar contra o vício, a que vê sua vida desmoronar após ter que sair da sua vida de luxo e precisar morar nos primeiros andares, seja a mocinha pobre e órfã que precisa ralar muito para se sustentar e sustentar a irmã e o mocinho que é fera em tecnologia e ganha dinheiro ilegalmente hackeando computadores. Mas todos com um só objetivo: serem felizes.
– O que mais você quer na vida?
– Ser feliz.
– Essa resposta não vale. Claro que você quer ser feliz.
– Talvez uma pergunta melhor seja: o que a faz feliz?
Em meio a isso tudo, abordagens paralelas vão surgindo tornando a história ainda mais rica. O preconceito entre as classes sociais existe, o homossexualismo também está fortemente presente, amores proibidos, tretas entre amigas, traição, primeira vez, roubo, prisão, o luxo e a futilidade mostrada de forma nua e crua! Os diálogos entre os jovens são muito bons, entre os jovens e os adultos mais ainda! E os personagens secundários são de muita importância, cada qual fazendo seu papel, e não é à toa que esse universo jovem, para mim, ultimamente, é o mais prazeroso de se ler, esse mundo de possíveis abordagens e mensagens que passam para o leitor é sensacional.
Continuou bebendo, na esperança que o álcool fosse diminuir a distância entre eles: bebeu até ela também conseguir rir facilmente, dançar sem se preocupar com nada.
Contudo, o que mais me chamou a atenção foi a riqueza de detalhes, a descrição do ambiente é muito boa, Katharine criou um cenário fantástico, me fez pensar muito se realmente será assim mesmo em 100 anos (queria!). Será que teremos tanta tecnologia à nossa disposição? Há ainda o ritmo que ela criou para os personagens, em minha opinião é perfeito, não é cansativo, pelo contrário, a medida que você vai lendo, você quer mais, cada um vai mostrando a que veio, e com suas histórias se entrelaçando entre si, resultando no final primoroso. Como é o primeiro livro da trilogia, é uma base mais que sólida para os próximos livros! Como diz o ditado, Katharine tirou o doce da boca da criança, porquê fiquei desolada querendo o segundo livro!
Cara Editora Rocco, não me decepcione, e não demore para publicar o segundo livro! E caros leitores, não deixem de ler essa obra prima! Uma boa notícia é que os direitos foram comprados para a adaptação de uma série de TV, mas sem previsão de datas!
– Você acha que tudo isso é inútil, não é?
– De jeito nenhum. Só estou acostumado a pensar apenas no futuro.
– E como é o futuro para você?
– Mais rápido! Mais conveniente e conectado.
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