[REVIEW] “Fracture Me” – Tahereh Mafi

Fracture Me é o conto que acontece entre o segundo e terceiro volume da trilogia Shatter Me (Estilhaça-me, no Brasil), de Tahereh Mafi. Narrado por Adam, o livro relata os acontecimentos durante e após o final do último livro pelos olhos do gostosão.

Inicialmente, decidi não ler esse livro, mais por ser Team Warner do que por qualquer outro motivo, e tenho um pouco de medo de parar de ser porque, fala sério, Adam ainda é um pitelzinho, e um livro que foque completamente nele é algo para se preocupar.

Pois é, agora que li, em partes eu estava certa. O cara é fofo demais para não ter uma parte do meu coração. Mas ele também é um idiota, então, Warner, meu bem, não se preocupe que ainda sou toda sua.

Em Fracture Me, Adam mostra como está preocupado com o lado mortal de Juliette e a distância entre eles se estende cada vez mais. Quando ele precisa decidir entre seu irmão e a mulher que ama, um relacionamento que já não ia bem está a um passo de se estilhaçar de vez.

É difícil explicar porque dei cinco estrelas para esse livro/conto, mas foi um misto de emoções que ele não merece nada menos do que isso, ou melhor, a autora merece essa nota. E, certas vezes, quando se classifica um livro, o que é preciso levar em consideração é se seu “dever” foi cumprido, e não se tudo aconteceu de uma forma bonitinha e fofa. Bem, eu senti que esse livro cumpriu e foi além do esperado. Estou aliviada, em transe e decepcionada. Ah, e frustada, claro!

Nunca amarei ninguém como amo esse garoto.

Mesmo com suas poucas páginas, esse conto tem um peso tão grande na trilogia e esclarece tantos pontos, além de deixar claro que tudo pende para o casal Warner e Juliette, que eu adorei ele. Adam caiu vários pontos, a cada trecho lido é perceptível como a chance entre um real relacionamento entre ele e Juliette se desvanece, em contrapartida Kenji e James me conquistaram ainda mais, já nossa protagonista me deixou cada vez mais triste, porque a vida da garota é uma merda, e cada vez que ela tenta seguir em frente, algo acontece para deixar claro que não importa o que ela faça, sua vida continuará sendo uma merda. Pois é, amiga, a vida é uma puta.

Preciso deixar claro que Adam, o personagem em si, tem suas características positivas, ele é um irmão de dar gosto, mas não vejo como ele evolui em relação a realidade que vive. Ele quer acreditar no mundo dos sonhos, onde é possível deixar as pessoas que amam longe do perigo e desespero, além de estar longe de ver Juliette como ela realmente é. Apesar de tudo, de ser um cara bacana, o casal parou de se encaixar assim que ela escolheu lutar, e onde ele falha é exatamente onde Warner se destaca.

Juliette parece tão mortificada que quebra meu coração. Ela está lutando para ficar bem — para fazer toda essa merda parecer bem –, mas às vezes é como se o mundo não permitisse. Os golpes continuam vindo, e ela continua se machucando.

O que eu percebi é que, de certa forma, esse livro é uma leitura obrigatória para todos que acompanham a trilogia. Mesmo Tahereh Mafi sendo bem imprevisível, dá para perceber para onde ela se encaminha com Ignite Me, o terceiro e último da saga. Esse livro pode até ser do Adam, mas ele só serviu para dar mais força aos que acreditam em Warner.

Com a tensão atingindo seu ápice — precisei parar um pouco para respirar –, e a autora demonstrando que não esqueceu que está escrevendo uma distopia, investindo mais no lado sombrio ao retratar bem a guerra e toda a carnificina que a acompanha, tornando tudo mais real, Mafi mostrou que apesar de todo romance, ela não deixa de lado outros pontos tão importantes quanto.

Fracture Me é a prova de que o leitor ainda pode ser surpreendido, o que é ótimo, mas também deixa uma sensação agridoce. Não sei o que a autora prepara para Ignite Me, mas não sinto que é um felizes para sempre.

Mas mesmo depois de tudo, ainda quero um futuro com ela. Quero saber que um dia seremos capazes de estar em um local seguro e em paz. Ainda não estou pronto para renunciar a esse sonho. Não estou pronto para renunciar a nós.