[REVIEW] “Unravel Me” – Tahereh Mafi

Em Unravel Me, Juliette finalmente está livre do Restabelecimento, livre para amar Adam, livre do plano de usarem ela como arma. Ou, como logo ela vai perceber, ela escapou, mas isso não quer dizer que ela pode finalmente amar ou se dar ao luxo de não ser uma arma.

E ela precisa escolher entre o que precisa e o que é certo, porque Warner está cada vez mais próximo, e a guerra também. E quando o mundo de Juliette, que já não era um mar de rosas, vira um inferno, para sobreviver ela não deve só ser forte, mas ser uma guerreira e revidar.

Essa é a história de uma menina que só queria ser amada, mas tocá-la pode significar a morte. Em um mundo decadente, um futuro opressor, não é a fome ou a guerra que assusta, mas a incapacidade de o destino deixar Juliette ser feliz. Acontecimentos inesperados podem por fim ao romance entre ela e Adam, e Omega Point não é nenhuma utopia. Se Juliette realmente quiser sobreviver, ela terá que se adaptar a esse novo mundo e perceber que há maiores problemas do que seu toque mortal.

E conforme as páginas passam, Warner, Kenji, e James começam a se destacar no livro, hora de forma cruel e em outros momentos de uma forma que impressiona e faz o leitor se apaixonar mais ainda por eles. E eu vou soltar um spoiler: Warner tem covinhas, meninas!! E tem um trecho onde Warner baixa as calças que, por Deus, coloca Sr. Gray e Gideon no chinelo. Com certeza foi um momento que desbancou qualquer trilogia erótica.

É tão difícil ser gentil com o mundo quando tudo o que você já sentiu é ódio. Porque é tão difícil ver a bondade no mundo quando tudo o que você já conheceu é medo.

A sequência de Estilhaça-me é engraçada, é atroz, há muito romance, mas também há muita mágoa e decepção e a tensão só aumenta. A cada livro escrito por Tahereh Mafi, a autora se supera. Ela entende o leitor e escreve não para agradar, mas sim proporcionar uma leitura rápida e emocionante. Nesse livro, chegou o momento de Juliette sair de seu mundinho despedaçado e surpreender a todos, até a si mesmo. Chegou o momento de se descobrir, e enquanto isso acontece ela vai  ganhar, e perder, muito pelo caminho.

Eu me dobro no chão em frente a Warner. Puxo meus joelhos para o peito. Concentro-me na pedra aos meus pés. “Eu não odeio você.”

Warner parece parar de respirar.

“Eu acho que te entendo algumas vezes,” digo a ele. “Eu realmente faço. Mas quando eu finalmente te compreendo, você me surpreende. E eu nunca sei quem você é ou quem você será.” Eu olho para cima. “Mas eu sei que não te odeio. Eu tentei,” digo, “eu tentei muito. Porque você fez tantas coisas tão terríveis. Para pessoas inocentes. Para mim. Mas eu sei muito sobre você agora. Eu vi muito. Você é muito humano.” Seu cabelo é ouro. Seus olhos são verdes. Sua voz está torturada quando ele fala. “Você está dizendo,” ele diz, “que você quer ser minha amiga?”