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[RESENHA GALERA RECORD] “Cidade do Fogo Celestial” – Cassandra Clare


Autora: Cassandra Clare
Editora: Galera Record
Páginas: 534
Classificação por Rafael: 4/5 estrelas
Classificação por Gabi: 4/5 estrelas

Comentários por Rafael em vermelho e Gabrielle em azul.

Ai essa sensação de começar um livro tão aguardado, esse sentimento de borboletas na barriga e dor no peito com medo do que está por vir, com medo do que vai acontecer e como vamos sofrer com isso, e eu adoro isso, adoro toda essa expectativa acumulada de anos — mesmo eu preferindo e muito a trilogia As Peças Infernais do que a saga principal que originou tudo.

Finalmente, FINALMENTE!
Depois de dois anos e muitas especulações e angústia e snippets, temos o último tão aguardado livro de uma das séries mais famosas da atualidade,  diga-se de passagem; é tão longo quanto foi sua espera, 752 deliciosas páginas na versão em inglês e doeu me despedir de Jace, Clary, Izzy, Alec, Simon, Magnus e outros…

Avante, filhos do Anjo.

Nesse livro, Jace finalmente foi separado da ligação infernal com Sebastian, mas agora carrega o Fogo Celestial em suas veias, não exatamente sob seu controle, deixando as coisas bem quentes (não resisti à piada). Além disso Sebastian está agindo, invadindo Institutos ao redor do mundo, raptando Caçadores e transformando-os com seu Cálice Infernal, e assim criando um exército sombrio.

Para variar, a Clave, como sempre, não sabe como agir e se reúnem em sua protegida Idris para bolar um plano contra Sebastian. É hora de se aliar, de saber que lado da guerra estar. Enquanto isso, tentando encontrar Sebastian e resgatar aliados, Clary e cia. vão parar em um reino demoníaco, de onde nenhum outro ser vivo voltou.

Digamos que… Cassandra Clare me deixou ABSURDAMENTE assustado com esse livro, tudo o que poderia acontecer nessa conclusão, quem morreria na eminente guerra, quais casais teriam um fim, e posso concluir que a estória se guiou sozinha, se amarrando durante a trama e levando a um final excelente, ao mesmo tempo que naturalmente introduzia sua nova trilogia, que se passa alguns anos depois com personagens inseridos nesse livro, Emma, Julian e outros. O que só me faz ficar orgulhoso da Cassie, ela sabe tecer um mundo novo, sempre renovando e fazendo todos se encaixar-se.

Realmente não acredito quando dizem terem cansado de ler os livros dela…

Eu já digo o contrário. Ao começar esse livro a autora atingiu minhas expectativas, acabou comigo, balançou meu coração e brincou com ele, foi espetacular e um pouco mais, Clare me transforma em uma bipolar e eu só pude curtir a sensação e me jogar na anda, mas alguns pontos me incomodaram bastante. Apesar desse livro ser imenso, ele é superficial em muitos trechos que deveriam ser destaque, partes que aguardamos há muito para acontecer, mas pouco emocionou. Outro grande problema foi, claro, Jace e Clary, essa mania de querer salvar o mundo e fazer tudo sozinho, algo que se repete com esse casal em todos os livros, e sempre dá merda, isso, entre outros pontos, desgastaram meu amor por ambos e, vamos ser realistas, a segunda parte dessa saga dividida em duas trilogias só vingou pelos personagens secundários que tomaram um grande espaço e conquistaram a todos — Magnus, Simon, Raphael, e recentemente Emma e Ty, são só alguns nomes que não podem passar em branco.

Não pode dizer que vai ficar tudo bem. Você não sabe.

Ganhando leitores, perdendo outros, quero deixar claro que estou satisfeito, o destino de alguns personagens (a maioria secundários, eu me apego a personagens secundários e muito) mexeram muito mais comigo que o destino de outros, como Raphael, Mark e Helen Blackthorn e a Rainha Seelie. Sebastian partiu meu coração no final, Cassie sempre mexendo com meus sentimentos, assim como também derramei algumas lágrimas com Izzy e Jocelyn (eu gosto muito da Jocelyn <3).

Mas teve algumas coisas que me chocaram profundamente, tipo, a conversa do Robert com Alec e o que ele disse sobre Michael Wayland… EU. AINDA. TO. CHOCADO! CASSAAAAANDRAAA, POR QUE ME FAZ ISSOOO?

Se existirem outros mundos, então talvez haja algum onde fui um bom irmão e um bom filho.

Pois é, a autora decepciona, mas é um sistema de morde e assopra, eu esperava muito mais desse livro sim, mas eu também amei, gritei, chorei, as possibilidades para os próximos livros, os acontecimentos finais, novos segredos revelados, o mundo dos Caçadores de Sombras prestes a ruir, entre outros pontos, foram o ponto chave desse livro, mas eu PRECISO destacar que isso só mostrou o potencial de spin-offs, de acontecimentos passados em outros livros já publicados e os que estão para acontecer em próximas publicações, fatos esses que poderiam ter ocorrido até mesmo no spin-off. O que eu quero dizer com isso? Bem, apesar de conhecer a Cassandra Clare por culpa de Os Instrumentos Mortais, de amar esses seis livros, ele não chegou aos pés de As Peças Infernais, e provavelmente vai ser soterrado pelos próximos livros também.

Aliás, o que dizer dos momentos que eram mencionados personagens de As Peças Infernais? Eu corria berrando pela casa em feelings ok ok *0*

Teve algumas coisas que me decepcionaram sim, em relação a mortes mas não vale a pena mencionar por ser spoiler e quase me fez baixar a nota do livro.

Eu recomendo essa segunda parte da série, pra quem parou no terceiro livro, porque acho muito bem feita e inteligente, VOCÊS ESTÃO PERDENDO MUITO! E que venham The Dark Artifices, The Wicked Powers, The Last Hours e The Secret Treasons por que sou fã da Cassandra incondicional e estou longe de me cansar dos livros dela, ponto.

Diferente de meu amor Rafa, eu decidi baixar minha nota para quatro (até as primeiras 200 páginas seria um cinco), Cidade do Fogo Celestial é ótimo mas possui grandes furos, furos em suas perdas mal desenvolvidas, furos na grande batalha épica, mas há também grandes acertos tais como Sebastian (sim, eu amo ele, me julguem) e a capacidade da autora de se aproveitar desse grande mundo de Caçadores de Sombras para criar mais personagens irresistíveis e, como sempre, nunca deixar de lado o humor impagável que me conquistou lá em 2008.

— Existem cem trilhões de células no corpo humano — falou. — e cada uma das minhas células te ama. Nossas células morrem, e novas células nascem, e minhas células novas te amam mais que as antigas,  e por isso te amo cada dia mais. É ciência. E quando eu morrer e cremarem meu corpo, e  eu virar cinzas que se misturam no ar, parte da terra, das cores e das estrelas, todos que respirarem esse ar ou enxergarem as flores que crescerem do chão ou olharem para as estrelas vão se lembrar de você e amar você porque isso é o quanto te amo.

Enfim, que venha mais, mais acertos, mais erros, porque não, eu ainda não cansei, não vou cansar, e o motivo é simples: é tão, tão difícil encontrar uma escritora capaz de se aproveitar tanto de seu próprio mundo, de conseguir causar tantas sensações, sejam elas boas ou não, que eu não estou disposta a deixar para lá e eu mal posso me segurar para ler o conto de Simon que vem ai, mal posso acreditar no caminho brilhante que a autora moldou para ele. Sinceramente? Essa mulher acaba comigo, às vezes eu a odeio, mas na maioria das vezes é amor puro mesmo.

Ave Atque Vale, The Mortal Instruments .


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Gabrielle

"Guerra é Paz. Liberdade é Escravidão: Ignorância é Força"

Primeiros comentários

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  1. Adorei o que vocês escreveram. Eu amei-amei-amei este livro. E nunca vou me cansar do mundo de caçadores de sombras.
    Cassandra é muito criativa, ela expandiu o universo shadowhunter. E quando me lembro dos livros anteriores e vejo onde tudo terminou, noto que em momento algum ela perdeu o controle sobre sua história. E não é bem um fim de verdade(pelo menos pra mim), já que mais histórias estão a caminho.
    Amor eterno por As Peças Infernais!